Por favor, não esteja olhando para os meus seios.
Por Demi
Fiquei alguns minutos refletindo sobre o que havia dito à Selena. E neste tempo percebi que, de fato, aquilo era a verdade. Todo o sentimento de inferioridade era vindo justamente dela, por que sempre quis me parecer com ela. Ter este espirito livre, viver sem pensar nas consequências...
Suspirei profundamente.
Por que tínhamos que ser tão diferentes?
Ela é como o fogo e eu sou a água, porém não posso
domina-la. Eu não consigo apagar as suas chamas.
E isso me frustra. Porque eu também não quero domá-la, só
quero ter uma relação de irmandade. Não é pedir demais.
Olhei ao meu redor percebendo o quanto a casa parecia vazia.
Onde estaria Arthur? Será que eu poderia conversar com ele?
Há quanto não temos uma conversa real e sincera entre pai e filha?
Por que tantas perguntas?
Rolei meus olhos ao sentir meu estômago roncar. Há horas que
não comia e nem sentia vontade. Mas mesmo assim caminhei até a cozinha,
procurando por algo atrativo que pudesse enganar a fome. Optei por uma banana
em meio às diferentes e coloridas frutas em cima da mesa.
— Você vai mesmo comer a banana verde? — uma voz tão familiar
falou atrás de mim. Me virei vendo Arthur encostado e de braços cruzados sobre o
vão da porta.
— Hum... — eu parei pensar. — Acho que não, não mais.
— Você está com fome? Eu trouxe cheesecake de amora, está na
geladeira. — desencostou da porta para pegar a sobremesa. — Lembro que vocês
eram loucas por isso quando pequenas. E só queriam deste sabor.
Sorri nostálgica. Eu havia pensado em recusar, mas realmente
amava aquele bolo.
Ele trouxe um pires para a mesa, logo repartindo um pedaço para me entregar.
— Obrigada. — agradeci, já atacando... Meu Deus!
Ele sorriu com satisfação ao ver que eu tinha gostado.
— Sabe desde que vocês chegaram não tivemos tempo de
conversar realmente. Quer dizer, há quanto tempo não nos vemos, uh? Coisas como
essas só me fazem sentir o pior pai do mundo.
Ele não ficou surpreso por eu não protestar.
— E eu sei que deve ser difícil ter que se mudar de repente
para outro estado e conviver comigo e com... Bem... A Sidney. Sei que não
gostam dela, mas, por favor, não a culpem. Eu que cometi o erro, ela nem sabia
que eu tinha uma... Família quando
ficamos juntos. — disse desconcertado, afinal era tão difícil falar aquela
palavra?
Eu prestava atenção em cada detalhe do que ele dizia, apesar
de meus olhos encarem vorazmente o doce.
— Isso não muda o fato de que ela aceitou ficar com você de
verdade depois que descobriu a sua “família”. — falei me aborrecendo. Ela é
tão cachorra quanto ele, não adianta defender.
— Nos apaixonamos, Demetria! — falou suspirando derrotado e
passando a mão em seu rosto.
Ele acha que estamos em algum filme da Disney, em que os
dois protagonistas se apaixonam e fogem juntos para viver o amor?
— Você a ama? — perguntei sentindo vontade de chorar.
— Sim, Demi... A amo muito! — falou baixinho.
— Mais do que ama a mamãe?
— Sim... — murmurou com vergonha de admitir. — O meu amor
pela sua mãe acabou há tempos...
Meu coração doeu com essa verdade.
— Mais do que ama a nós? — desta vez minha voz saiu fraca e
meus olhos já se enxiam de lágrimas, mas eu consegui segurá-las.
Agora ele já me olhava, me encarando olho no olho.
— É algo totalmente diferente. Vocês são minhas filhas e
ela...
“Ela é uma mulher com
quem você pode transar”. Pensei mentalmente e a vontade de dizer em voz alta
me atormentou.
— Ainda não respondeu minha pergunta. — falei firme, agora
com a feição séria.
— Não. Claro que não. — respondeu por fim.
— Então por que nos deixou por ela? Por que você a preferiu ao invés de nós?
— Isso não é verdade... Eu... — com o seu silêncio, tomei
liberdade de concluir.
— Você não sabe o que responder.
Falei e saí com tudo da cozinha. Deixei até mesmo o cheescake
lá porque ele me traz uma memória de nós quatro felizes comendo esta porcaria.
Uma memória que ficou para sempre presa no passado.
O que eu não esperava era encontrar Selena na sala escutando
tudo. Ela não me deixou falar nada, apenas puxou minha mão e saiu me arrastando
até o quarto.
***
— Você parece uma otária chorando. Pare de chorar! — Selena falou sem paciência enquanto andava de um lado do quarto para o outro.
A encarei furiosa.
— Eu não estou falando com você, não me dê ordens!
Ela parou o que fazia para me encarar e balançar a cabeça.
— Demi querida, você não percebe o que está acontecendo? — perguntou, mas não me deixou responder. — Não podemos ficar uma contra a outra. Quer dizer, como vamos enfrentá-los? Você mesma ouviu a merda que Arthur disse... Mas isso não quer dizer que te perdoou por insultar meu namorado e me dizer aquelas coisas... Só que eu também falei coisas e você me fez sentir mal com aquelas coisa, sério... Mas... Hum... Foda-se!
Limpei as lágrimas que escorriam pela minha bochecha. Não entendo como alguém pode ser tão volúvel.
— E você só tem roupas horríveis. Vai ser difícil fazer uma combinação que preste, pois você tem um gosto péssimo... — caminhou até o armário, aonde guardava nossas roupas.
Começou a depreciação.
— Você não pode simplesmente fingir que está tudo bem entre a gente. — disse me levantando da cama onde antes estava sentada e tirei minha peça de roupa da sua mão. — E eu estava falando bem sério.
— Deixa de drama! Você não queria minha ajuda? E além do mais, não posso passar vergonha com você lá. Mas você não pode se vestir para os outros também...
Ela sempre foi meio contraditória.
— Não quero ir parecendo uma vadia! — reclamei cedendo um pouco, não sabia realmente como me vestir e ela poderia me ajudar com isso, mas só isso.
— As vadias estão dominando o mundo, Demi! As feministas não passaram anos lutando para hoje você com todos esses benefícios (que só conquistou por causa delas) está as chamando de vadias por se sentirem confiantes com seus corpos. Que hipocrisia! Cadê a sororidade? Na verdade, cala a boca! Eu vou escolher essa porra!
A encarei furiosa.
— Eu não estou falando com você, não me dê ordens!
Ela parou o que fazia para me encarar e balançar a cabeça.
— Demi querida, você não percebe o que está acontecendo? — perguntou, mas não me deixou responder. — Não podemos ficar uma contra a outra. Quer dizer, como vamos enfrentá-los? Você mesma ouviu a merda que Arthur disse... Mas isso não quer dizer que te perdoou por insultar meu namorado e me dizer aquelas coisas... Só que eu também falei coisas e você me fez sentir mal com aquelas coisa, sério... Mas... Hum... Foda-se!
Limpei as lágrimas que escorriam pela minha bochecha. Não entendo como alguém pode ser tão volúvel.
— E você só tem roupas horríveis. Vai ser difícil fazer uma combinação que preste, pois você tem um gosto péssimo... — caminhou até o armário, aonde guardava nossas roupas.
Começou a depreciação.
— Você não pode simplesmente fingir que está tudo bem entre a gente. — disse me levantando da cama onde antes estava sentada e tirei minha peça de roupa da sua mão. — E eu estava falando bem sério.
— Deixa de drama! Você não queria minha ajuda? E além do mais, não posso passar vergonha com você lá. Mas você não pode se vestir para os outros também...
Ela sempre foi meio contraditória.
— Não quero ir parecendo uma vadia! — reclamei cedendo um pouco, não sabia realmente como me vestir e ela poderia me ajudar com isso, mas só isso.
— As vadias estão dominando o mundo, Demi! As feministas não passaram anos lutando para hoje você com todos esses benefícios (que só conquistou por causa delas) está as chamando de vadias por se sentirem confiantes com seus corpos. Que hipocrisia! Cadê a sororidade? Na verdade, cala a boca! Eu vou escolher essa porra!
Falou como se possuísse toda a autoridade do mundo, o que
acabou esgotando 110% da minha paciência. Mas eu já não estava mais a fim de
brigar ou de chorar. Só queria achar uma roupa legal para ir à minha primeira
festa e só.
Não é muito. Então me limitei a um revirar de olhos.
— Tudo bem, Selena! Mas só estou concordando com isso porque
quero realmente a sua ajuda... Você continua sendo uma vaca. — ela não pareceu
ofendida com o insulto.
— Tá. — deu de ombros e voltou a remexer no meu/nosso
guarda-roupa. — Realmente, você não tem nada que preste aqui... Mas posso
improvisar.
Ignorei o que ela disse e afundei meu corpo em sua cama.
Minha cabeça começava a doer e, por mais que eu não quisesse - e eu juro que não queria-, eu pensava na conversa de agora há pouco.
Não é demais sonhar em ter uma família tradicional, com um cachorro – tenho que descartar a ideia, já que a Selena é alérgica-, e uma vida feliz?
Tá, é ridículo. Mas sonhar não é demais.
Talvez, em alguma outra dimensão, nós estamos juntos, vivendo como uma família. Sem traição, irmãs problemáticas ou coisas do tipo. Só sendo uma família... Feliz.
Ignorei o que ela disse e afundei meu corpo em sua cama.
Minha cabeça começava a doer e, por mais que eu não quisesse - e eu juro que não queria-, eu pensava na conversa de agora há pouco.
Não é demais sonhar em ter uma família tradicional, com um cachorro – tenho que descartar a ideia, já que a Selena é alérgica-, e uma vida feliz?
Tá, é ridículo. Mas sonhar não é demais.
Talvez, em alguma outra dimensão, nós estamos juntos, vivendo como uma família. Sem traição, irmãs problemáticas ou coisas do tipo. Só sendo uma família... Feliz.
***
A festa começaria somente às oito da noite, o que eu achei
tarde considerando que era quarta-feira. Mas está valendo. Selena começou a se
arrumar um pouco antes disso.
Ela havia deixado a roupa que escolheu para mim em cima da
cama antes de ir tomar banho.
Eu. Nunca. Tinha. Visto. Aquelas. Roupas. Na. Vida.
— De onde surgiram essas roupas? — gritei espantada, por não
reconhecê-las.
— Eu achei essa saia perdida no seu armário e a cropped é
minha, mas fica bem folgada em mim e a jaqueta eu achei embaixo da cama. Que louco
né? – Selena falou, brotando de repente no quarto; ela estava enrolada em uma
toalha branca.
— Você não deveria andar pela casa assim... — reprovei,
suspirando.
— Ai Demi, cala a boca! — respondeu, revirando os olhos e
começando a se vestir, sem se importar comigo ou com a porta aberta. Resolvi
tomar meu banho.
Alguns minutos depois, já me encontrava de frente ao
espelho, vestida e duvidando se estava bom. Quer dizer, a roupa estava bem bonita...
Eu só não sabia se estava bom em mim. Minha
barriga estava de fora e eu não achava isso legal. Quer dizer, acho, mas não em
mim.
— Toma! Coloca isso ai. — Selena colocou um calor grande e algumas
pulseiras na cama. Olhei para ela.
— Você vai assim?
— É, ué. Não está bom? — perguntou, secando o cabelo.
— Não, você está bonita. — respondi um pouco envergonhada. — Mas já estamos quase no inverno
e está frio...
— Claro! — Selena respondeu virando-se de frente para o
espelho e sorrindo. — Não demore! Estamos te esperando lá embaixo.
— Obrigada por me avisar, garota do tempo! Quais são suas
previsões para amanhã? — ela respondeu sarcástica, enquanto colocava seus
sapatos.
— Idiota! — resmunguei.
— Já está pronta? — perguntou alisando seus próprios cabelos.
— Sim... — coloquei minhas mãos no rosto, estou tão nervosa.
— Então vamos chamar o Dylan! — e pela segunda vez naquele
mesmo dia, Selena puxou minha mão sem deixar que eu falasse nada e corremos
apressadas até o quarto do Dylan; que, na verdade, não havia muito o porquê
correr já que ficava ao lado do nosso.
Selena já estava com a mão na maçaneta pronta para abri-la,
quando eu intervi.
— Selena, bata primeiro! Vai que ele está se trocando-
— Tá! — me cortou impaciente e bateu duas vezes na porta. —
Ah que se dane! — e a abriu sem esperar resposta.
E só Selena mesmo para me fazer ver a mesma pessoa pelada
mais de uma vez. Dylan estava de costas, com fones de ouvido e escolhendo uma
roupa nas variadas opções em cima de sua cama.
Virei o rosto para o lado.
Selena se aproximou e retirou os fones de ouvido dele,
sussurrando em seguida:
— Boo! — Dylan se encolheu com o susto e se cobriu
rapidamente com a toalha, Selena caiu na gargalhada e eu corei de vergonha. —
Acho que te encontrar pelado já é um ritual nosso, Dylan!
— Jesus! Que susto menina! — ele se sentou na cama, pondo a
mão no peito esquerdo dramaticamente. — Será que... Vocês... Podem sair... Para
eu... Me arrumar?
***
Apesar de ser a minha primeira festa de uma garota que eu
não conheço em um colégio novo e que fui convidada por um garoto que também não
conheço, eu estava bem.
Quer dizer, não estava nervosa ou suando frio. Mas no
momento em que Selena me largou para ir ao banheiro, eu me senti deslocada.
Eu olhava para todas as pessoas ao meu redor rindo como
loucas, bebendo, fumando... O cheiro era insuportável e aquele definitivamente
não era o meu tipo de música favorita.
A bagunça era indescritível. Havia confete jogado por todo o
chão, assim como salpicado por cima dos móveis.
E a casa era tão bela, tão luxuosa. Nunca havia entrado em
um ambiente tão chique assim.
Suspirei e bebi um pouco do ponche que me deram, que até
agora estava intocado.
Ok. Aquilo definitivamente não era ponche.
— Olá! — mãos fortes taparam meus olhos, porém se não fosse
pelo forte sotaque e a pronuncia ruim, eu teria me assustado.
— Oi, Yoongi. — tirei suas mãos do meu rosto e sorri sem
graça.
— Cara, você está gostosíssima! — ele falou, fazendo uma careta
exagerada de surpresa.
— Obrigada! Você está bonito também...
— Hum... Obrigado! Onde está sua irmã? — ele perguntou,
puxando uma almofada e colocando no chão para poder se sentar ao meu lado.
— Ela foi ao banheiro há alguns minutos. — falei.
— E você vai ficar aqui sozinha? — Yoongi/Mason perguntou
com um olhar torto.
Eu estava querendo ser independente da Selena, mas cá estou
eu.
— Bem, eu não sei o que fazer.
— O pessoal está brincando de eu nunca no andar de cima.
Vamos para lá! — ele acenou com a cabeça e eu concordei, me levantando e
ajeitando minha saia.
Estávamos no fim do outono, mas eu sentia muito calor.
Terminei por tirar minha jaqueta e no momento que virei para frente para
encara-lo, Yoongi me olhava com um sorriso descarado. Devia começar a me
acostumar.
Por favor, não esteja olhando para os meus seios. Não esteja
olhando para os meus seios...
— Você tem belos seios! — comentou e começou a andar pegando
minha mão de forma delicada e me guiando até segundo andar. Quando senti o seu
toque e juntamente com o teu comentário, tudo o que quis fazer foi abrir um
buraco e me enfiar. Porém não nego que foi bom sentir o mínimo de ser tocada
por um garoto e ouvir um elogio (por mais podre que seja). Eu não queria que
aquilo acabasse. Eu definitivamente não queria que aquilo acabasse.
Geeente, me desculpa!!!1 Eu não queria ter demorado quase dois meses, só que aconteceu duas coisas:
1 - Meu notebook quebrou. O cara levou para consertar e ele formatou e eu perdi absolutamente TUDO. O que contribuiu para o motivo dois;
2 - Pelo fato de o capítulo estar metade escrito e eu o ter perdido, me veio um bloqueio desgraçado e eu não conseguia escrever nada.
E ai, preparados para o jogo do 'eu nunk'? Spoiler: altas revelações virão...
Pelo menos, deu 2.000 palavras né non? E o resto da festa será narrada tanto pela Demi quanto pela Selena (eu sei que o cap deveria ser dela, mas esta festa é importante para certo acontecimentos que envolvem a Demetria).
PROMETO NÃO DEMORAR ;) Desculpem qualquer erro, não gosto de revisar.
Um pequeno desabafo: O número de seguidores sobe, mas o dos comentários não. Por que, Brasil?
PROMETO NÃO DEMORAR ;) Desculpem qualquer erro, não gosto de revisar.
Um pequeno desabafo: O número de seguidores sobe, mas o dos comentários não. Por que, Brasil?
gif do yoongi sendo lindo para amenizar a vergonha pela demora :c