21/01/2015

06. Hollywood



Não quero ser um ignorante.
Por Selena

Minha maior prioridade hoje é ver a calçada da fama. Não só por ser um dos maiores pontos turísticos de L.A., mas também por ser um “ponto de encontro” paras as três das minhas maiores divas.
Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Judy Garland.
Conhecidas não só pelos seus filmes, mas pelo simbolismo da sexualidade e beleza feminina. Eram piriguetes, na verdade, mas eu me inspiro e as devoto. Sou realmente uma grande fã de filmes antigos.
Estamos quase no meado do outono e venta muito, mas o sol continua forte.
Fomos andando e aproveitando a vista pela cidade. Sempre que passávamos por um lugar interessante com uma historia interessante, Dylan nos dizia coisas a seu respeito. Curiosamente perguntei a ele:
— Você não é australiano?
Dylan coçou o queixo e deu de ombros.
— Sim, mas mudei pra cá com a minha mãe há uns três anos; e, além do mais, gosto de me informar e saber sobre as coisas. Não quero ser um ignorante.
É totalmente vergonhoso um total estranho, CARA ELE NEM DESTE CONTINENTE É, saber mais coisas de um país do que a própria nativa. 
Um a zero para mim.
O lugar estava completamente cheio, na maioria turistas, tive que me espremer para conseguir passar por toda aquela gente e chegar aonde queria. Logo em seguida encontrei a estrela da Judy. Me perdi da Demi e do Dylan, mas foda-se.
Ela havia tocado aqui, ela foi prestigiada por seu talento aqui. Suas digitais e de outros milhares de pessoas estavam aqui. Ok, não sou obcecada. Sou apenas uma fã admirada.
Peguei o celular e tirei várias fotos, mas logo fui interrompida e puxada para longe.
— Pensei que nunca ia achar você. — Demi disse um pouco sem fôlego.
— Só estava tirando algumas fotos.
— É. Eu estava olhando a estrela do Johnny Depp e minha mão se encaixou direitinho. Será que sou uma reencarnação dele? — Demi perguntou totalmente extasiada. Ela é completamente apaixonada por ele.
— Como você seria uma reencarnação se ele ainda está vivo?
— Ah, é verdade. — ela disse se tocando da realidade, nós rimos.

***

— Gostaria de leva-las até *Mount Lee, mas confiem em mim, a vista é bem melhor a noite. Podemos voltar outro dia, sem tantos turistas. Vai ser mais legal. Não dar para ver tudo hoje, mas quanto tempo ficarão aqui?
— Três meses.  — respondi em disparada.
— Temos bastante tempo então.
Quase que ironicamente paramos em frente a um salão. Noite passada Demi havia dito que pintaria o cabelo de uma cor extravagante para me provar, mas eu sei que é para provar a si mesma, de que não é grilada. Resolvi provocar.
— Demi querida... — ela revirou os olhos, provavelmente pensou “ai vem merda”. — Que tal cumprir o que prometeu?!
— O que você está dizendo? — ela sempre foi lerda assim...
— Você não prometeu que pintaria o cabelo?
— Eu não prometi nada, você que...
— Dylan, a Demi não ficaria maravilhosa com o cabelo azul? — não a deixei terminar de falar, não tenho paciência para isso.
— Claro. — ele disse rindo um pouco. Já vi que vamos nos dar muito bem.
— Você prometeu. — falei dando de ombros. A fiz bufar irritada, mas ela quer isso, só está um pouco grilada.
— Tudo bem! Eu pinto! — rendeu-se e entrou no estabelecimento.

***

Peguei um maço de cigarros de dentro do bolso e comecei a tragar tranquilamente um deles. Demetria ainda estava lá dentro, mordendo o lábio inferior, nervosa e ansiosa. Dylan estava lá fora comigo, não conversamos, mas ele não parava de encarar o cigarro que tenho na boca.
— Por que vieram para cá? — ele perguntou finalmente.
— Mamãe foi fazer um estagio na África e parece que eu andava causando problemas demais. — disse simplesmente, terminei o cigarro e joguei-o no chão.
— Hum... Não acho que garotas bonitas deveriam fumar.
— Você me acha bonita? — desafiei.
— Você não? — perguntou de volta. — Mas você fuma mesmo?
— Você não? — arquei a sobrancelha direita.
— Sou um garoto asmático. Eu nem deveria estar perto de você agora!
— Sinto muito por você. — falei pouco me ligando para seus problemas respiratórios. Encostei meu corpo na parede, a temperatura baixava um pouco.
— Eu li um livro em que uma garota fumava para caralho e sabe qual foi o destino dela? — Dylan disse isso com tamanha intensidade que eu obrigatoriamente comecei a prestar  atenção na conversa. Neguei com a cabeça e ele disso com um suspiro... — ela terminou morta.

 Eu estava dormindo e acordei de repente com um barulho. O barulho que me acordara era, na verdade, gritos da mamãe e ela colocava em desespero as roupas e os pertences do papai em uma sacola. Ele não parecia abalado ou triste, somente assistia a cena, como eu.
Quando terminou, ela se aproximou dele sussurrando algo inaudível e entregou a sacola. Eu me intrometi e perguntei:
— O que está acontecendo? — nenhum dos dois me respondeu.
Papai seguia em direção à porta, fui correndo atrás dele, desci as escadas desesperada, sempre gritando:
— Papai! Papai!
Ele nem virava as costas.
— Por favor!
Comecei a chorar, afinal era uma garotinha, havia completado 12 anos há dois dias.
A porta foi fechada e eu fiquei me perguntando como Demi não acordou também. A luz foi apagada e eu fiquei sozinha chorando.
— Não pode ser.  —, apertei o pingente de fênix em meu pescoço. — Papai, volte, por favor.
Mas ele não voltou.

Abri meus olhos e a claridade me incomodou. Maravilha! Estava viajando com essas recordações ridículas.
Dylan não estava mais ao meu lado. Olhei pela janela de vidro do salão e ele estava com Demi. Eles já haviam finalizado. E quando a vi com aquele cabelo só consegui dizer;
— Ai meu deus! 

*Letreiro de Hollywood.

Até que este capítulo ficou grandinho rsrs'
Oi gente, desculpem por não ter explorado bem a parte de Hollywood, foi difícil escrever deem um crédito haha'
Eu gostei 60% deste capítulo, but ok... Espero que gostem, prometo não demorar. Tenho que aproveitar enquanto as aulas não começam (dia 4 de fevereiro, estou chorando aqui). Beeijos!

 
audrey <3333333 

07/01/2015

05. So Boring



A mocinha nunca fica com o bandido.

Por Demi 

O resto do dia não foi nada bom. Eu estava com saudade de casa, da mamãe. Selena com certeza sente falta da baderna que sua vida era em New Jersey. Mas ela vai se acostumar, acho.
— Então, Demi, quais seus planos? — Selena apareceu na porta do banheiro vestindo um pijama. A olhei sem entender, Selena revirou os olhos e ficou olhando seu reflexo no espelho. — O que pretende fazer aqui? Temos três meses. Eu vou conhecer uma galera legal e transar bastante.
— Pensei que estivesse com saudade do seu namoradinho.
— E por isso eu vou ficar sem sexo? Como se ele fosse aguentar três meses, por favor. Mas não enrole.
— Eu não sei, quero fazer amigos. — respondi simples. Ela me olhava estranho como se minha resposta não fosse suficiente.
— Você é uma pessoa tão criativa. Demi, você poderia pintar o cabelo de uma cor maluca ou sei lá; azul, rosa ou todas as cores juntas. Arranjar um namorado...
— Espera. — a interrompi. — Vamos ficar três meses, não quero um namorado.
— Não precisa ser sério. — ela riu. — Só para... Você sabe... Sexo. Uma distração.
— Selena, eu não sou como você. Não quero apressar nada!
Ela bufou e revirou os olhos.
— Vamos fazer dezessete anos em abril e eu não posso ter uma irmã chata e virgem, vai contra os meus princípios. — ela tentou fazer cara séria, mas não conseguiu.
Desta vez eu revirei os olhos.
— Você não pode estar falando sério! — exclamei.
— Você sabe que estou. — Selena piscou e foi deitar em sua cama, pegou um livro cujo título não consegui identificar e ficou lendo-o.
Eu não a entendo. Selena possui várias personalidades e ela escolhe quais quer usar com qualquer que seja a pessoa, pelo menos comigo. Aqui ela é a irmã sexy e divertida com pensamentos pervertidos e joviais. Ela não é ruim, de forma alguma, só possui uma vida definitivamente mais interessante que a minha. Talvez ela esteja certa, nunca pensei que diria isso, acho que vou seguir seu conselho e dar uma “mudada” na minha vida porque até agora ela estava congelada, esperando o momento certo para a aventura. 

***

No outro dia, logo pela manhã, Arthur havia saído e Sidney estava “tomando conta” de nós duas. 
Desci para tomar café ou tentar ingerir algo. Sidney estava na cozinha lavando os pratos. 
— Bom dia! — ela disse assim que me viu cruzar a porta. 
— Bom dia! — respondi com um meio sorriso. 
— Então você é a gêmea boa. — ela disse rindo um pouco. 
— É, acho que sim. 
— Falando sério, desculpe se magoei você e a sua irmã, sei o quanto é difícil passar por isso. E quero que saiba que amo o Arthur e sou feliz com ele! 
Ficamos em silêncio, um silêncio desconfortável quando ninguém sabe o que dizer ou fazer. Pensei por alguns instantes até que disse:
— Está tudo bem, sério, quer dizer não estou te perdoando porque isso é algo difícil de ser “esquecido”, mas o que posso fazer? Parece que ele te ama, tenho que aceitar isso. — ela sorriu para mim, um sorriso sincero e fiquei satisfeita com a situação. 
— Hoje irei resolver a matrícula de vocês na escola, me perdoe, terei que sair, mas pedi ao Dylan que ficasse em casa hoje e as levasse para conhecer a cidade. 
A ideia soou perfeita para mim.

***

Selena não demorou para acordar. Quando lhe contei sobre o passeio ela ficou animada e logo foi se arrumar. Dylan já estava pronto há séculos e lia um livro na sala. Eu pensava em puxar assunto, porém ainda estava envergonhada pelo ocorrido de ontem, ele não parecia ligar muito. 
Desisti da ideia quando vi Selena descer as escadas. 
— Que livro é esse? — ela perguntou a Dylan. 
— Um conto de fadas. — ele disse com desdém. 
— Eu odeio contos de fadas. — Selena disse tirando o livro das mãos dele. 
— Por quê? — perguntei. 
— Porque a mocinha nunca fica com o bandido. 

Eu sei que não aconteceu nada nesse capítulo, ele foi só para enrolar mesmo. Logo as coisas se tornarão interessantes ^^ beijos xx