Pode me chamar de rebelde.Selena
Eu sei que sou uma garota mimada, porém a culpa não é 100%
minha. Eu tive pais que me criaram e me esculpiram assim, fora dos eixos. É bem
fácil colocar a culpa em alguém, mas o que posso fazer quando essa é a verdade?
Quando eu era pequena, eles me tratavam como uma princesinha.
Eu passei a odiar isso. Odeio a Disney, odeio bonecas, odeio rosa e odeio
pessoas que agem como protagonistas de filmes da Disney.
Eu percebi que o lado contrário é melhor, a minoria é sempre
melhor. Porém a minoria é tachada de rebelde, pois quem é contra o tradicional
é assim, simplesmente.
Bem, pode me chamar de rebelde.
No começo, eu só agia assim para perturbar Laura. Um castigo
por ela ser domada e quase não ter, e ela realmente não tinha nada, autonomia
sobre si. Ela dependia de Arthur para tudo; financeira e emocionalmente. Só há
um ano que ela aprendeu que deveria declarar a sua independência. Não a culpo
por este estágio, eu fingi que sim, porém nem faz mais sentido. Agora eu a
culpo por só ter se tocado agora de que ela não precisa de homem nenhum em sua
vida para ser feliz, ela deve ser feliz com ela e por ela. Por isso, não a tomo
como um exemplo para minha vida.
— Você quer café? — uma voz irritante de sotaque australiano
perguntou, acabando com toda a minha vibe de reflexão sobre a autonomia
feminina.
— Que? — perguntei, olhando para o lado. Sidney estava
parada segurando a cafeteira. Respondei com um aceno negativo de cabeça e fiz
uma careta, pela presença dela e pelo café. Ela assentiu e pôs a cafeteira na
mesa, sentando-se de frente para mim. Sidney queria me dizer algo, me adiantei.
— Por favor, não diga nada! Eu não gosto de você e detesto
mais ainda quando força a barra. Com o tempo, posso até aceitar que respiramos o
mesmo ar e que de agora em diante será minha “madrasta” ou qualquer
porra dessas. Mas nós nunca seremos amiguinhas, coloque isso na sua cabeça. —
Fui sincera e comecei a comer uma torrada que estava no meu parto. Sidney suspirou
derrota e passou a prestar atenção em seu próprio café da manhã.
— Bom dia! — Arthur chegou à sala de estar sorrindo, ele
olhou para mim, mas eu desviei o olhar enquanto ele depositava um beijo nos
lábios de Sidney. Nojo. — Então, como foi a festa ontem?
Ele estava mesmo me perguntando isso?
— Legal. — respondi
só para acabar com essa tentativa fodida de conversar comigo em paz.
— Você... Aparentemente não bebeu...
— É. — revirei os olhos mordendo minha torrada mais uma vez,
tentando deixar claro o meu desinteresse. Ele desistiu e ficou conversando com
Sidney.
Muito bem. Terminei o meu café.
she's perfect ❤️
***
Demetria acordou cedo hoje, porém passou quase a manhã
inteira no quarto. Nos perdemos na festa ontem e eu resolvi ignorar este fato
durante o momento. Estava sendo legal ficar com Dylan até eu me lembrar de que
tinha um namorado e ele me esperava em Nova Jérsei. Não me senti culpada, Steven
também já fez muita merda só que isso me fez lembrar do quanto que sentia falta
dele, nem ao menos uma ligação havia feito.
Assim que terminei meu café, subi de volta para o quarto. Ainda
era sete e meia da manhã. Não sei por que acordei tão cedo.
Ao entrar no quarto encontrei com Demi sentada em sua cama
penteando seu cabelo.
— Me empresta seu celular? — perguntei, já caminhando até
sua bolsa para pegar o aparelho.
— Para que? — perguntou de volta, virando-se para mim.
— Eu quero fazer uma ligação. — respondi dando de ombros,
achei que fosse óbvio.
— Para quem? — meu deus! Por que ela está tão chata hoje?
— Eu só quero ligar pro meu namorado. É crime? Você sabe que
estou sem celular. — falei, sentando-me na cama. Demi revirou os olhos e deu de
ombros, ela reprovava isso. Mas eu não ligo. Enquanto a ligação completa a
chamada, resolvo provocar. — O que você fez ontem naquela festa para estar tão
chata hoje, hein?
Seu rosto ficou rapidamente vermelho e ela virou o corpo,
ficando de costas para mim.
— Por que você está me enrolando? Desde ontem que está
assim. Ficou com alguém? Perdeu a virgindade? Quê que aconteceu? — a enchi de
perguntas. Céus, este menino não vai atender o celular nunca não?!
— Ai, Selena! Dá para parar de me encher? — ela disse
irritada. — Não aconteceu nada demais eu só...
— Espera um pouco. — taquei meu travesseiro na cara dela
assim que Steven me atendeu.
— Hum... Quem é? —
ai que idiota.
— Sou eu, Selena. — falei mordendo meu lábio, Steven se
calou.
— O que você quer? —
perguntou ríspido. O que é que eu tinha feito agora?
— Por que você está falando assim? — Demi me olhou
preocupada, a ignorei.
— Não sei. Talvez
porque você tenha sumido sem me falar nada? Mas que porra Selena! Eu tive que
ir até a sua casa, falar com a sua mãe. Ela praticamente jogou na minha cara
que eu era um vagabundo! — seu tom de voz começou a aumentar. Ah sim, ele
não sabia que eu tinha me mudado. Mas que burra que eu sou.
— Steve... — eu não sabia o que dizer. — Desculpa. Eu me
esqueci de te contar. Aconteceu tudo rápido demais! No mesmo dia que voltei
para casa, Arthur estava lá para nos arrastar para cá. Eu te falei do estágio.
— É, mas eu estava
bêbado demais para me lembrar.
— Aí a culpa já não é minha, certo? Eu estou com saudades.
— Eu também... Quando
você vai voltar? Está sendo insuportável aqui. Meus pais resolveram ficar
jogando coisas na minha cara. Quero mandar os dois se foderem! — ele
suspirou, sabia que estava cansado.
— Eu vou ficar aqui por... Hum... Mais ou menos três meses.
Silêncio.
— Eu vou desligar.
— Espera-
E ele desligou. Bem na minha cara.
Filho da puta.
— Problemas com o príncipe? — Demi perguntou sarcástica, tomando
seu celular das minhas mãos.
— Vai se foder! — me joguei na cama, abraçando um
travesseiro. — Você ainda não terminou de contar.
— Ah, Selena... Eu só fiquei com o Yoongi... E... —
arregalei meus olhos. — Quer dizer, não desse jeito... Ele só me fez companhia
e tal... Só isso!
Demi cobriu o rosto com as mãos, envergonhada.
— Ai meu deus! — eu gritei. — Você o beijou?
Ela demorou um pouco para me responder.
— Tecnicamente ele que me beijou e foi só um tocar de
lábios, nada demais. — Demi ainda cobria o rosto.
— E depois? — perguntei me aproximando de sua cama.
— Eu saí correndo e ele derramou sua cerveja em mim. — ela
tirou a mão do rosto, mordendo o lábio.
— Eu não acredito! Como você é broxante!
— Ai para! — ela soltou um riso nervoso. — Eu fiquei
assustada. Foi tão de repente e ele estava bêbado, não vai se lembrar de nada
hoje.
Do nada, Dylan entrou no quarto olhando para Demi e
ignorando totalmente a minha presença.
— Nós já estamos indo. — ele já estava com seu uniforme
completo. Trocamos um olhar, porém ele desviou.
— Ok! — Demi disse se levantando para achar sua mochila, já
estava com a minha em mãos. Dylan assentiu e saiu do quarto. Estranho. Ao encontrar sua mochila, Demi
me encarou. — Mas o que você ficou fazendo durante a festa?
— Nada. — menti. — Vamos logo.
***
Na festa ontem, eu tinha ido ao banheiro
não só pela vontade de me olhar no espelho, mas também para olhar o resto
da casa. Ela era gigantesca! Igualava-se a casa de Steven aonde fazíamos nossas
festinhas particulares e eu voltava chapada para casa, consequentemente ficava de
castigo, mas eu fugia.
Saudades. Saudades do
meu namorado, da minha antiga vida. Tá ok, não to aqui faz nem uma semana
completa, mas sinto como se já tivesse sido torturada o suficiente por que não
é possível. Viver sob o mesmo teto que seu pai traidor e a amante vaca dele é o
cúmulo!
Caminhei pelos
corredores para voltar para o bar, aonde pegaria uma bebida. Não vou sair daqui
sem beber.
— Ei! — alguém me
gritou. Virei minha cabeça para o lado, sorrindo.
Dylan saiu de um
aglomerado de pessoas bêbadas e veio até mim.
— Cadê a sua irmã? —
perguntou olhando em volta.
— Não sei. — dei de
ombros e peguei o copo de sabe-se lá o quê de sua mão, ele protestou. — O que
você faz em festas para se divertir?
— Nas festas da Taylor
eu bebo e fico olhando as pessoas se pegando na piscina. — ele respondeu pegando
seu copo de volta.
— Interessante, porém
chato.
— Então o que a
senhorita sugere? — ele perguntou, um garoto passou por nós, nos empurrando.
Soltei um palavrão.
— Eu sugiro que a gente beba e a gente se pegue na piscina. — falei sorrindo e o puxei pela mão.
Não sabia aonde era a piscina, mas minha intuição me guiava para um lado.
— O-oque você tá
louca? — ele disse, gaguejando e confuso.
— Cala a boca! —
soltei sua mão e o empurrei na parede, o beijando sem cerimônias. Sim, eu sou
uma puta de uma vadia. Mas qual o problema quando eu amo essa palavra? Dylan não
reagiu contra, apenas aceitou o beijo de bom grado e embrenhou seus dedos pelos
meus cabelos.
Deixei-me levar pela vontade
que me possuía por completo. No momento, eu me esqueci de Steven.
Mais alguém passou por
nós, empurrando meu corpo contra o dele, separei nossos lábios por alguns
segundos e ri.
— Por que você está
rindo? — Dylan perguntou confuso, mas seus olhos encaram a minha boca.
— Nada. — o puxei pela
cintura, colocando minha perna junto de sua coxa; voltamos a nos beijar com
devoção. Meus dedos acariciavam seus cabelos, depois escorreram pelo seu pescoço,
onde resolvi passar os lábios e a minha língua.
A outra mão de Dylan
estava em volta da minha cintura, ele subiu um pouco a mesma e a passou entre
meus seios cobertos pela cropped. Ele respirava com dificuldade, e então desceu
a mão novamente, acariciando minha coxa com maestria.
Me afastei e mordisquei
meu lábio inferior.
— Eu estou gostando,
confesso — eu disse, abrindo um sorriso. — Mas acabei de lembrar que eu tenho
um namorado.
E o prêmio de filha da puta do ano vai para... Selena! Isso mesmo! Fica se pegando com o cara para no meio do momento acabar com as coisas, que feio selly </3 Eu disse que ia postar só depois do enem, certo? (Ou foi
aqui, ou foi no twitter). But, bateu uma inspiração e eu já estava cansada
de estudar e resolvi escrever um capítulo da Sel para vocês ❤️ (Acho que todo mundo sacou, ou não né, mas este final é o flashback da festa, tá? qq)
Eu amei os comentários do capítulo passado, sério! Quase chorei q’
Mas enfim né, não tenho muita coisa para falar. Espero que gostem ❤️
Mas enfim né, não tenho muita coisa para falar. Espero que gostem
she's perfect ❤️